6.10.12
Moçambique:Primeiro ensaio clínico de vacina contra o HIV abrange 24 jovens
Vinte e quatro moçambicanos, entre 18 e 24 anos, participam a partir desde mês e até 2013, num ensaio clínico de vacina contra o HIV, vírus que causa a SIDA, anunciou hoje o ministro da Saúde de Moçambique.
Segundo Alexandre Manguele, a pesquisa será realizada em seres humanos para “avaliar se a vacina é segura, ou seja, se não faz mal, e se (os voluntários) produzem uma resposta imune contra o HIV”.
“Este estudo vai incluir um total de 24 participantes HIV negativos, jovens saudáveis, que têm uma probabilidade muito baixa de contrair a infeção pelo HIV”, pelo que o objetivo é “verificar se as vacinas produzem ou não respostas de defesa contra o HIV” neste grupo, disse aos jornalistas o governante moçambicano.
No entanto, Alexandre Manguele lembrou que “as vacinas não curam”, mas apenas contêm informação sobre a estrutura do vírus e serão são incapazes de causar a SIDA.
Os ensaios clínicos desenvolvem-se em quatros fases, mas em Moçambique irão desenvolver-se apenas ensaios das primeiras duas fases.
Na primeira, far-se-á a avaliação dos efeitos adversos e da segurança dos voluntários, e, na última, determinar-se-á a força e o tipo de resposta imune que é produzida pelo corpo.
A nível mundial, vários candidatos estão a ser submetidos a estudos para produzir uma vacina contra o HIV e, em Moçambique, o ensaio clínico será liderado e conduzido pelo investigador Ilesh Jani do Instituto Nacional de Saúde e pela académica Nafissa Osman do Hospital Central de Maputo.
O ministro moçambicano da Saúde justificou a participação do país no ensaio clínico da vacina contra o HIV com a possibilidade de assim ter “acesso prioritário a uma eventual vacina caso (um dia) que esta seja aprovada”.
“A participação de Moçambique na testagem de vacinas de HIV irá permitir a liderança do país no processo de desenvolvimento de vacinas, geração de informação atempada sobre adequação da vacina às especificidades genéticas da população moçambicana e do vírus que circula no país”, bem como o “acesso prioritário a uma eventual vacina caso esta seja aprovada e o incremento da capacidade científica nacional”, disse Alexandre Manguele.
Questionado pelos jornalistas se os direitos e segurança dos voluntários estão acautelados, o diretor do Instituto Nacional de Saúde, Ilesh Jani, garantiu que “todos os voluntários do estudo estão cobertos por uma apólice de seguro contra possíveis efeitos adversos causados pelos produtos investigacionais”.
A pesquisa, avaliada em 1,9 milhões de dólares, conta com o financiamento do governo da Suécia e da European and Devoloping Countries Clinical Trials Partnership, e faz parte de uma iniciativa internacional denominada “Tanzania and Mozambique Vaccine Program”, que integra Moçambique, Tanzânia, Alemanha, Inglaterra e os Estados Unidos.
Moçambique é um dos 10 países do mundo mais afetados pelo HIV/Sida, com um índice de prevalência de 11,5 por cento da população, estimada em 21 milhões de habitantes.
Fonte: Sapo Notícias Moçambique, Lusa, 14.09.11
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