A
adesão irregular ao tratamento contra a aids é a principal responsável
pelo surgimento de mutações do HIV resistentes aos medicamentos

Quando isso acontece, vírus mutantes resistentes aos
anti-retrovirais podem aparecer, o que ocasiona uma série de problemas: o
esquema terapêutico adotado deixa de surtir efeito, há um aumento no
nível de carga viral do HIV, uma redução das células T CD4+ e a
imunidade
do paciente fica vulnerável. Nesse momento,
introduzir um novo esquema antiretroviral capaz de controlar a
multiplicação do HIV pode ser a solução. Para auxiliar a troca da
terapia, muitos médicos têm
utilizado o exame de genotipagem, que identifica as mutações sofridas pelo HIV (veja detalhes na nota abaixo).
Esse tem sido um grande desafio para pesquisadores e médicos que se dedicam a combater a aids: criar e ter em mãos anti-retrovirais aptos a atacar o HIV em várias frentes, vencendo sua capacidade de se modificar e de resistir às drogas.
utilizado o exame de genotipagem, que identifica as mutações sofridas pelo HIV (veja detalhes na nota abaixo).
Esse tem sido um grande desafio para pesquisadores e médicos que se dedicam a combater a aids: criar e ter em mãos anti-retrovirais aptos a atacar o HIV em várias frentes, vencendo sua capacidade de se modificar e de resistir às drogas.
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MS quer ampliar rede de genotipagem
O exame de genotipagem do HIV é um importante
instrumento para o tratamento do soropositivo. Através do estudo da
seqüência do material genético do vírus, esse exame identifica se há
alguma mutação e, em caso positivo, indica se a mutação está relacionada
com a resistência a alguma droga.
Hoje, no Brasil, existem 12 laboratórios públicos
credenciados para realizar o exame de genotipagem de forma gratuita.
Esta rede deve ser ampliada até meados de 2005, com o credenciamento de
outros laboratórios, já que a demanda por exames de genotipagem tem
aumentado muito.
Os critérios para a realização do exame de
genotipagem são muitos e rígidos. Para que o exame gratuito seja
aprovado pelo Ministério da Saúde, o paciente deve apresentar uma
elevação da carga viral maior que 0,5 log (ou 3 vezes o valor da carga
viral detectada com o esquema atual) após 6 meses de esquema terapêutico
potente contendo ao menos um Inibidor de Protease. Além disso, a carga
viral do paciente deve ser de pelo menos 5.000 cópias/ml.
Segundo Marília Santini, pesquisadora do Hospital
Geral de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, é importante colher o sangue
para realização do exame enquanto as drogas que estão falhando ainda
estão sendo tomadas. “Quando o tratamento é interrompido, os vírus
mutantes diminuem muito em quantidade”, explica a médica. “Uma
interpretação equivocada do exame, que é de extrema complexidade, pode
levar a uma mudança que pode não ser a mais adequada para o caso
específico do paciente”, conclui.